No meio de tanta coisa ruim, a vida continuará sendo o motivo maior de celebração, como o caso da pequena Luiza Victória
Uma história comoveu muita gente que assistiu televisão na véspera de Natal. A recém-nascida Luiza Victória, nascida há quatro meses com 430 g e 26 cm, recebeu alta da Unidade de Tratamento Intensivo de um hospital do Rio de Janeiro e voltou para os braços da mãe. Uma roupa vermelha e um gorrinho de Papai Noel, a menina, com pouco mais de dois quilos e com 46 cm é o que se pode chamar de milagre da vida. Essa época nos revela histórias assim que se juntam a outras crônicas natalinas, como a própria história do nascimento de Jesus.
O dom da vida deve ser celebrado todos os dias. O valor da vida deve ser reconhecido em cada amanhecer e em cada anoitecer. É a grande lição que devemos guardar de cada dezembro, feito de festas e alegrias que deveria ser a mesma para todas as pessoas. Na festa da mesa mais rica ou na mesa menos farta. Foi um ano difícil para muitos? Vamos começar nova jornada logo ali, em janeiro. A vida continua. E representa também o milagre que constitui a própria vida.
Mas o Natal não foi apenas festa.
No Médio Oriente, o Natal fica marcado pelo recrudescimento da violência israelense-palestina. O noticiário das útimas vinte e quatro horas mostra o conflito armado nessa região. O secretário-geral da ONU apelou à calma na Faixa de Gaza. Ban Ki-Moon pediu a Tel Aviv que abra as passagens fronteiriças para permitir a entrada de ajuda humanitária no território palestiniano e apelou ao movimento islâmico para acabar com os ataques de “rockets” sobre Israel.
Durante uma celebração do Hanukkah judaico, o presidente israelita Shimon Peres dizia que “se a população de Gaza quer viver em paz e quer ter passagens livres, só há uma coisa simples a fazer: por fim aos disparos”. O bombardeio aéreo israelita aconteceu no fim de um dia particularmente violento na fronteira israelense-palestina. Mas, nas últimas vinte e quatro horas caíram cerca de cem “rockets” palestinianos em localidades israelitas próximas da fronteira com Gaza.
A guerra não respeita celebrações à vida. Todos os anos repete-se a violência na faixa de Gaza como a coisa mais normal do mundo. Todos os anos, a violência nessa região é parte dos apelos pela paz feitos pela Igreja Católica. O Papa Bento XVI pediu em sua tradicional benção urbi et orbi à paz no Médio Oriente, no balcão da Basilica da Praça de S. Pedro, no Vaticano. Perante milhares de fiéis, o chefe da igreja católica desejou um apaziguamento nas relações entre israelitas e palestinianos e apelou à paz no Iraque e no Líbano. O Papa dirigiu mensagens de paz, também, à África e pediu a estabilidade para o Congo, a Somália, o Darfur e o Sudão. Antes de proferir a benção em 64 línguas, mais uma que o ano passado, o Papa lançou um apelo à solidariedade frente a um “futuro cada vez mais incerto”, num Natal que fica marcado pela crise financeira e econômica mundial. E pelo recrudecimento da violência no mundo.
A banalização da violência em grande escala nos territórios conflagrados mantém o mesmo ímpeto em territórios onde não há guerra. Nos centros urbanos a vida é tratada da mesma forma, seja no Brasil ou outro país qualquer. E as motivações são várias.
Em Moscou, a polícia russa investiga dois ataques violentos contra violinistas da orquestra Virtuosi de Moscovo. Um deles foi hospitalizado com uma fratura no crânio, depois de ser atacado por um grupo de desconhecidos que lhe roubaram um violino. O outro, de origem coreana, foi esfaqueado e sofreu vários cortes nas mãos. O diretor da orquestra disse que esse ataque teve certamente “motivações raciais”. Nos últimos anos, têm aumentado os episódios de violência contra pessoas de origem asiática ou africana em Moscou. Mas a polícia não descarta nem uma rivalidade entre grupos musicais da cidade.
Num subúrbio de Los Angeles, nos Estados Unidos, um homem vestido de Papai Noel abriu fogo em uma festa, na véspera da noite de Natal. Pelo menos três pessoas morreram.
Em Jandira, na Grande São Paulo, um casal foi preso, na quarta-feira, por suspeita de assassinar a facadas uma menina de 8 anos. De acordo com a Polícia Civil, o padrasto, de 25 anos, e a mãe da vítima, de 28, mataram a criança porque ela estaria atrapalhando o relacionamento dos dois.
Em Belém do Pará, a violência se multiplicou na onda de assaltos, com cenas de tiroteio e linchamento. Ocorrências que nem precisam de detalhes, tanto se repetem na cidade que acabam engrossando a pilha de boletins policiais.
Esse é o nosso mundo. Mas não por isso, não por toda desordem e desproteção podemos desistir dele.
Uma história comoveu muita gente que assistiu televisão na véspera de Natal. A recém-nascida Luiza Victória, nascida há quatro meses com 430 g e 26 cm, recebeu alta da Unidade de Tratamento Intensivo de um hospital do Rio de Janeiro e voltou para os braços da mãe. Uma roupa vermelha e um gorrinho de Papai Noel, a menina, com pouco mais de dois quilos e com 46 cm é o que se pode chamar de milagre da vida. Essa época nos revela histórias assim que se juntam a outras crônicas natalinas, como a própria história do nascimento de Jesus.
O dom da vida deve ser celebrado todos os dias. O valor da vida deve ser reconhecido em cada amanhecer e em cada anoitecer. É a grande lição que devemos guardar de cada dezembro, feito de festas e alegrias que deveria ser a mesma para todas as pessoas. Na festa da mesa mais rica ou na mesa menos farta. Foi um ano difícil para muitos? Vamos começar nova jornada logo ali, em janeiro. A vida continua. E representa também o milagre que constitui a própria vida.
Mas o Natal não foi apenas festa.
No Médio Oriente, o Natal fica marcado pelo recrudescimento da violência israelense-palestina. O noticiário das útimas vinte e quatro horas mostra o conflito armado nessa região. O secretário-geral da ONU apelou à calma na Faixa de Gaza. Ban Ki-Moon pediu a Tel Aviv que abra as passagens fronteiriças para permitir a entrada de ajuda humanitária no território palestiniano e apelou ao movimento islâmico para acabar com os ataques de “rockets” sobre Israel.
Durante uma celebração do Hanukkah judaico, o presidente israelita Shimon Peres dizia que “se a população de Gaza quer viver em paz e quer ter passagens livres, só há uma coisa simples a fazer: por fim aos disparos”. O bombardeio aéreo israelita aconteceu no fim de um dia particularmente violento na fronteira israelense-palestina. Mas, nas últimas vinte e quatro horas caíram cerca de cem “rockets” palestinianos em localidades israelitas próximas da fronteira com Gaza.
A guerra não respeita celebrações à vida. Todos os anos repete-se a violência na faixa de Gaza como a coisa mais normal do mundo. Todos os anos, a violência nessa região é parte dos apelos pela paz feitos pela Igreja Católica. O Papa Bento XVI pediu em sua tradicional benção urbi et orbi à paz no Médio Oriente, no balcão da Basilica da Praça de S. Pedro, no Vaticano. Perante milhares de fiéis, o chefe da igreja católica desejou um apaziguamento nas relações entre israelitas e palestinianos e apelou à paz no Iraque e no Líbano. O Papa dirigiu mensagens de paz, também, à África e pediu a estabilidade para o Congo, a Somália, o Darfur e o Sudão. Antes de proferir a benção em 64 línguas, mais uma que o ano passado, o Papa lançou um apelo à solidariedade frente a um “futuro cada vez mais incerto”, num Natal que fica marcado pela crise financeira e econômica mundial. E pelo recrudecimento da violência no mundo.
A banalização da violência em grande escala nos territórios conflagrados mantém o mesmo ímpeto em territórios onde não há guerra. Nos centros urbanos a vida é tratada da mesma forma, seja no Brasil ou outro país qualquer. E as motivações são várias.
Em Moscou, a polícia russa investiga dois ataques violentos contra violinistas da orquestra Virtuosi de Moscovo. Um deles foi hospitalizado com uma fratura no crânio, depois de ser atacado por um grupo de desconhecidos que lhe roubaram um violino. O outro, de origem coreana, foi esfaqueado e sofreu vários cortes nas mãos. O diretor da orquestra disse que esse ataque teve certamente “motivações raciais”. Nos últimos anos, têm aumentado os episódios de violência contra pessoas de origem asiática ou africana em Moscou. Mas a polícia não descarta nem uma rivalidade entre grupos musicais da cidade.
Num subúrbio de Los Angeles, nos Estados Unidos, um homem vestido de Papai Noel abriu fogo em uma festa, na véspera da noite de Natal. Pelo menos três pessoas morreram.
Em Jandira, na Grande São Paulo, um casal foi preso, na quarta-feira, por suspeita de assassinar a facadas uma menina de 8 anos. De acordo com a Polícia Civil, o padrasto, de 25 anos, e a mãe da vítima, de 28, mataram a criança porque ela estaria atrapalhando o relacionamento dos dois.
Em Belém do Pará, a violência se multiplicou na onda de assaltos, com cenas de tiroteio e linchamento. Ocorrências que nem precisam de detalhes, tanto se repetem na cidade que acabam engrossando a pilha de boletins policiais.
Esse é o nosso mundo. Mas não por isso, não por toda desordem e desproteção podemos desistir dele.