sábado, 14 de novembro de 2009

Preservar a Dilma Roussef ou a floresta?


Meu olhar é o satélite da cidade. Ronald Junqueiro
Este governo tem um quê de patrimonialista com relação à defesa das pessoas. Ou melhor,dos pares e da corte. Li nos noticiários da intenet que “o governo e o PT trabalham nos bastidores para impedir que o apagão prejudique a imagem de "boa gestora" da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, candidata do partido à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O esforço do Planalto é para virar rapidamente a página do blecaute e criar fatos positivos que mostrem Dilma como mulher que faz, substituindo a agenda negativa por compromissos ambientais”.

Quá quá rá quá quá! Não venha querer me consolar que agora não vai dar pé nem nunca mais vai dar.

Venhamos e convenhamos, não dá para imaginar Dilma com modelitos floridos de algodão e o inefável blazerzinho de tecido industrializado que cai bem na ministra. O tema dá para contar piada em bar. No fundo do bar, com a palavra empolada mas que todo mundo entende, o bêbado anuncia sua escolha: Deixe a ministra no escuro, vamos preservar o apagão!

Dilma não tem o menor carisma quando pensamos em meio ambiente e presevação das matas brasileiras, do Arroio ao Chuí. E toda essa campanha para criar uma persona para a ministra é, declaradamente, uma ação entre amigos.

Como jornalista não consigo me ufanar com notícias boas. A pulga atrás da orelha fica inquieta, indômita megera indomada que jamais será uma pulga sheakspereana. Podem baixar fotos de todos os satélites que giram em torno das nossas cabeças e que mandam dados para os instituto de pesquisa sobre a queda do desmatamento da Amazônia e ainda assim não acredito. Lembro duas tias velhas de uma amiga jornalista que também não acreditavam que o homem tinha ido à Lua – que segundo a NASA tem água congelada.

Leia o lead:

Imagens de satélites analisadas pela ONG Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia) confirmam a queda no ritmo do desmatamento divulgada pelo governo. Segundo o instituto, em setembro foram registrados 216 km² de floresta totalmente derrubada. O número representa queda de 33% em relação ao mesmo período de 2008, quando a Amazônia perdeu 321 km².”

Claro está que prefiro preservar a floresta do que a Dilma Roussef. Não sei porque, mas algo me diz que essa insistência do Lulinha ex-paz e amor tem a ver com pirraça e matreirice. Bom pra ele se Dilma ficar. Para nós, penso que essa senhora não tem nada a ver com a aquarela do Brasil. E esse clima de campanha não escapa e nem escapará das baixarias na cena e nos bastidores.

Verdade mesmo é que, mesmo o verde resistindo às intempéries e às más ações dos homens, nosso olhar cotidiano é melhor do que satélites e estatísticas. Basta passear pelo bairro para ver a cobertura verde dá lugar à cobertura dos médios e grandes edifícios. O aquecimento global começa no quintal da gente.

O que me deixa furioso é não poder controlar o mau humor e ficar mais light como um patê para passar na torrada. A gente precisa rir e o riso parece derreter-se junto com as geleiras. Pior, já nem encontro mais um pinguim de geladeira!

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Um fim de tarde único. Não haverá outro igual.


Adeus ao primeiro dia de novembro de 2009. Ronald Junqueiro

Meu primeiro pôr de sol do 1o. de novembro de 2009. Este dia não se repetirá jamais. O domingo olhado através da minha janela será único e definitivo. Não dá para aprisionar os dias e as noites, mas este fim de tarde não se apagará da minha lembrança como um momento de inspiração. Sei exatamente o que foi este dia, ou a transição das horas: paz.

Não foi um milagre, apenas um fenômeno provocado pelo milagre que nos alimenta diariamente enquanto destruimos o mundo ou juntamos os fragmentos possíveis.