sábado, 10 de outubro de 2009

Virgem de Nazaré, a mais cortejada no Brasil


Mais de dois milhões de fiéis seguem a Virgem de Nazaré,
 padroeira dos paraenses, na grande procissão do segundo domingo de outubro. Ronald Junqueiro


O Círio é realizado há mais de duzentos anos. A procissão sai da Catedral e vai até a Basílica Santuário, num percurso de quase quatro quilômetros. Veja um pouco mais na página do Círio de Nazaré.
Deixo aqui a Santinha, para quem quiser conhecê-la e a todos que por aqui passarem desejo um


Feliz Círio!

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Violetas para os que cantam a liberdade


Capa do livro de Francisco Jiménez
com ilustrações de Paloma Valdívia.
Pode ser baixado do site Chile para Niños.

À inevitável tristeza que nos vem com as perdas, podemos contrapor o que ficou do que perdemos numa leitura dos comuns mortais. Vai Mercedes e com ela uma história que fecha seu ciclo vital. Mas essa mesma história é um legado para todos que conheceram La Negra, pelo que ela lutou e construiu na sua trajetória cá nesta terra de profundezas e superfícies: o canto libertador e a liberdade como um dos bens maiores que é nosso e intransferível. Não sou nem serei biógrafo de Mercedes Sosa, mas deixo aqui mais umas linhas de pensamento avulso, desses que todos nós arranjamos todos os dias.


Mais do que lágrimas cultivo o riso e rio ao ouvir a sabedoria com que La Negra usava sua voz como porta-voz de uma América Latina que muito sofreu com as atrocidades praticadas por regimes totalitários no continente. Seu exemplo deve ser seguido por todos nós que devemos nos opor a qualquer tentativa de golpe aos direitos conquistados a custa de muitas vítimas. É uma alegria ouvir Mercedes Sosa e deixar que sua voz me inspire na crença de que podemos construir e manter um mundo melhor que não seja utopia e que devemos dar graças à vida pelo tanto que ela nos dá. Ainda que a gente tropece aqui ou ali, pois não há caminho reto nem poema em linha reta dos quais nos desviemos das quedas e porradas.

Mercedes, essa mulher cantadeira, como tantas outras, mostrou a fibra que tem a alma feminina, feita de fios de aço e linhas de seda para tecer esse mundo que queremos para nós e mais quem virá depois que passarmos por aqui. A ela se juntam ondas e ondas de vozes que desafiam mordaças e fuzis.

Uma hora as pessoas têm que partir. E nessa ida de Mercedes gostaria de lembrar outra mulher fundamental na arte de dizer, de cantar e de fazer sem perder a ternura, a inesquecível Violeta Parra.

Chilena nascida em San Carlos, como tantos poetas que desnudaram o mundo, que incomodaram o poder, Violeta deixou uma obra rica e que não se perderá no tempo. Não podemos voltar aos 17, nós, os que por ele já passamos, mas podemos continuar enquanto não pegarmos nosso trem azul.

Para os tempos de hoje, a poesia de Violeta Parra é, incontestavelmente, um momento de introspecção e questionamento, mesmo em espanhol. Deixo um poema de Violeta Parra colado aqui no Imarginálico. Quem o ler, faça sua tradução em essência e alma.



MIREN

Miren cómo sonríen
los presidentes
cuando le hacen promesas
al inocente.

Miren cómo le ofrecen
al Sindicato
este mundo y el otro
los candidatos.

Miren cómo redoblan
los juramentos,
pero después del voto
doble tormento.

Miren el hervidero
de vigilante
«para rodar de flores
al estudiante».

Miren cómo relumbran
carabineros
«para hacerle premios
a los obreros».

Miren cómo se visten
cabo y sargento
para teñir de rojo
los pavimentos.

Miren cómo profanan
las sacristías
con pieles y sombreros
de hipocresía.

Miren cómo blanquean
mes de Maria
y aL pobre negreguean
la luz del día.

Miren cómo le muestran
una escopeta
para quitarle al pobre
su marraqueta.

Miren cómo se empolvan
los funcionarios
para contar las hojas
del calendario.

Miren cómo sonríen,
angelicales,
miren como se olvidan
que son mortales.



A história nos mostra como sorriem os presidentes quando fazem promessas ao inocente.

domingo, 4 de outubro de 2009

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

La Negra Mercedes Sosa. Uma voz abençoada.

Um canto latino que atravessa o mundo.
Mercedes Sosa trouxe na voz um toque divino.
Uma cigarra encantadora, sem fronteiras.


Como La Cigarra


Composição: María Elena Walsh


Tantas veces me mataron,
tantas veces me morí,
sin embargo estoy aquí
resucitando.
Gracias doy a la desgracia
y a la mano con puñal,
porque me mató tan mal,
y seguí cantando.

Cantando al sol,
como la cigarra,
después de un año
bajo la tierra,
igual que sobreviviente
que vuelve de la guerra.

Tantas veces me borraron,
tantas desaparecí,
a mi propio entierro fui,
solo y llorando.
Hice un nudo del pañuelo,
pero me olvidé después
que no era la única vez
y seguí cantando.

Cantando al sol,
como la cigarra,
después de un año
bajo la tierra,
igual que sobreviviente
que vuelve de la guerra.

Tantas veces te mataron,
tantas resucitarás
cuántas noches pasarás
desesperando.
Y a la hora del naufragio
y a la de la oscurida
dalguien te rescatará,
para ir cantando.

Cantando al sol,
como la cigarra,
después de un año
bajo la tierra,
igual que sobreviviente
que vuelve de la guerra.


Quando La Negra dormir lhe velaremos o sono através da memória, da poesia e da música que ela espalhou aos quatro vento para nos embalar e fazer alegre e consolar. Mercedes Sosa será a cigarra eternizada.