quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Nara Leão, se fosse viva, faria 70 anos nesta quinta-feira, 19 de fevereiro. É linda a página que a filha dela com Cacá Diegues, Isabel, fez em homenagem à musa da Bossa Nova.

A musa, talento e inteligência para cantar música brasileira

É fundamental para os amantes da música brasileira, dessa música que atravessa o tempo e desafia todos os modismos e arroubos do mercado fonográfico, beberem sempre nessa fonte.
Nara Leão, conhecida como “musa da Bossa Nova” ( veja a página feita por Isabel aqui ), era uma artista refinada e uma cidadã de primeira linha. Durante a ditadura militar, não se calou e lançou críticas aos militares. E as coisas esquentaram para seu lado depois de uma entrevista dada ao jornal “Diário de Notícias, na qual defendia a saída dos militares do poder. Era o ano de 1966 e Nara, aos 24 anos, disparou contra o regime: “numa guerrilha moderna, o nosso exército não serviria para nada (...) “quem está mandando é que deveria ser cassado”. E o jornal seguiu sua vocação de provocar os militares com o título: “Nara é de opinião: Esse Exército não vale nada”.
Os artistas saíram em defesa da doce Nara, ameaçada de prisão. Entre eles, o poeta Carlos Drummond de Andrade, com apelo direto ao presidente da República, o marechal Castelo Branco. E pediu, no poema-manifesto: Não prendam Nara Leão.

Meu honrado marechal
dirigente da nação,
venho fazer-lhe um apelo:
não prenda Nara Leão (...)
A menina disse coisas
de causar estremeção?
Pois a voz de uma garota
abala a Revolução?
Narinha quis separar
o civil do capitão?
Em nossa ordem social
lançar desagregação?
Será que ela tem na fala,
mais do que charme, canhão?
Ou pensam que, pelo nome,
em vez de Nara, é leão? (...)
Que disse a mocinha, enfim,
De inspirado pelo Cão?
Que é pela paz e amor
e contra a destruição?
Deu seu palpite em política,
favorável à eleição
de um bom paisano – isso é crime,
acaso, de alta traição?
E depois, se não há preso
político, na ocasião,
por que fazer da menina
uma única exceção? (...)
Nara é pássaro, sabia?
E nem adianta prisão
para a voz que, pelos ares,
espalha sua canção.
Meu ilustre marechal
dirigente da nação,
não deixe, nem de brinquedo,
que prendam Nara Leão.

domingo, 1 de janeiro de 2012

O primeiro dia do ano, com sol pela manhã e chuva à tarde, coisa marcante em Belém do Pará, no começo do inverno equatorial da Amazônia. O Dragão deve estar encharcado.



Belém amanheceu com sol quentinho. Mas às duas da tarde a chuva veio saudar o primeiro dia do ano. Deu uma trégua e voltou logo depois. O inverno, como no ano passado, roubou o pôr de sol. Há pouco movimento na cidade. Ressaca de inverno depois de uma noite que sempre me parece uma grande cena de bombardeio.

Marquei o dia com três fotos. Agora me recolho. Pressão 12 x 8, sem grandes emoções. Preguiça macunaímica, apesar de estar com meu nível físico com invejáveis 98%, de dar inveja para quem correu na São Silvestre. Nível intelectual é 49%, bom para cancelar compromissos e nível emocional de 88%, bom para ir a festas e velórios.

Joguei I-Ching, saiu o Wei Chi, que significa ‘antes da conclusão’. O hexagrama que me disse o seguinte:

“Para você este é um momento cheio de oportunidades úteis para obter o que deseja. É uma fase de transição que pode fazer você passar de um estado negativo e problemático a um positivo e sereno. Continue a usar a máxima prudência: o êxito está ao seu alcance e o sucesso próximo”.


Não ganhei na mega sena da virada. Vou ter que me virar por outros meios para sobreviver.

No mais, o ano está apenas bocejando! Eu, sob os efeitos de uma noite feliz e um despertar tranqüilo, sem grandes desordens arrítmicas do meu corações que empurra com a barriga sua fibrilação atrial. Ter ou não ter barriga, eis a questão do coração...