quinta-feira, 22 de abril de 2010

...Se sabe que muda o tempo, se sabe que o tempo vira, ah! o tempo virou. E o tempo mudou em Belém, depois do meio da tarde.

Doca no contra-luz de um céu ao final das 4. Ronald Junqueiro
Quinze minutos depois das 5. Cidade cinzenta. Ronald Junqueiro
O tom fantasmagórico embaça o azul ao longe. Ronald Junqueiro
Da sacada vejo a cidade ligando seus bicos de luz. Ronald Junqueiro

O tempo que me atrai para fora e que se expõe sem pudor revira minhas estações que alternam lembranças de invernos aconchegantemente quentes, com a termia dos corpos e o fogo das paixões. Olho a cidade sob a lente das chuvas e ao longe há silhuetas de prédios que lembram cenários ilusórios, estruturas fantasmas, eretas, misteriosas como os amores que escondem no ventre dos apartamentos. Amores conhecidos e amores clandestinos que tudo no amor é permitido. E a umidade nos consome como úmido é o desejo que exala em cada roçar das almas, que transborda pelos poros, anima a pele e hidrata os pelos. O verão está a caminho. E vai me revelar outras luzes.

Na cidade, agora, a tempertura é 25°C, a umidade é 88% e a visibilidade é boa.

Amanhã é outro dia. Não quero ler a previsão. Deixarei com as Parcas e com a Horas que elas teçam meu destino e meu tempo com o melhor nó das tramas das fiandeiras.

Um comentário:

Ana Luiza disse...

Ronald-san, amo a Belém que você traz pra mim... Sinto falta de tudo daí, de um tempo em que as Parcas não me preocupavam... Como disse o Renato Russo, "o mundo anda tão complicado", mas ainda me lembro dessa cidade como um oásis, mesmo com todo o calor... Beijo imenso.