sábado, 16 de agosto de 2008

Grande pescador da música brasileira

O poeta e o mar, uma parceria pra toda vida

Poeta do mar, de amores, de mulheres como Anália e Marina, lá se vai Dorival Caymmi. Vai, mas nos deixa um oceano de música e poesia para o mergulho e o prazer de gerações de artistas que estão por vir. Tornou-se imortal. A saudade não será menor, nem a tristeza, nem os reflexos da perda. Mas esses são sentimentos que o tempo vai afinar, como a voz e o canto. O importante é que paira sobre isso a memória e há muito o que se cantar. Dorival se vai, mas o que deixou é de uma riqueza para toda a vida, para velhos ou novos baianos.

Uma coisa da qual sempre vou lembrar são os olhinhos de Dorival, buliçosos, conquistadores, brilhantes, moleques, brejeiros de uma brejeirice tal que Carmem Miranda aprendeu a revirar seus olhos graúdos e descobrir o que é que a baiana tem. Ficou tão baiana e tão brasileira que sequer lembramos que ela era portuguesa.

Do fundo do baú da alma de Dorival:
“Quem não gosta de samba bom sujeito não é. Ou é ruim da cabeça ou doente do pé” (Samba da minha terra)


28.08.2008

Estella Maris, mulher de Dorival, morreu ontem. Mergulhou no infinito para encontrar-se com seu pescador. Um amor para a eternidade.

2 comentários:

Anônimo disse...

E eu ainda vou pra Maracangalha, querido, nem que seja só! Adorei sua homenagem a ele, mais que bom baiano, excelente brasileiro! Beijão.

Anônimo disse...

Ele foi para Maracangalha como Manuel Bandeira foi para Pasárgada.

Foi primeiro para aguardar Stella Caymmi, sua musa e estrela maior.
Grande texto e que foto mais bonita essa.
Este blog é o máximo.
Parabéns.