segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Briga por um quintalzinho de 8.000 hectares

De onde vem a riqueza dos governadores brasileiros? A pergunta sempre fica no ar. Mas que dá enredo de escola de samba, ah, isso dá!

Não precisamos ir longe na história do Brasil. Basta uma vôo rasante nos mandatos a partir da redemocratização do país que pega na unha o governo Sarney que no imaginário popular ficou com a cara colada pelos preços daquelas neuróticas maquininhas de remarcação, mal o consumidor dobrava uma prateleira ou gôndola de supermercado. Era perseguição de gato a rato.

No Pará, a riqueza do Jáder Barbalho é um mistério que desafia toda a criatividade de Ali Babá. Depois dele, a fila já andou um bocado. Mas cada estado brasileiro deve ter sua montanha mágica, alis e ladrões.

Fim de expediente. Clico na manchete:


Matéria assinada pelos jornalistas João Carlos Magalhães da Agência Folha, em Belém, e Pablo Solano da Agência Folha.

A briga é entre os índios da etnia Ajuru e Ivo Cassol (sem partido), que disputam uma fazenda perto da fronteira com a Bolívia, no distrito de Porto Rolim de Moura do Guaporé, município de Alta Floresta d'Oeste (541 km de Porto Velho).

A questão fundiária e a regularização das terras na região norte é assim, como a luta do rochedo contra o mar, do poder contra os sem poder, da riqueza contra a pobreza e o que mais se possa imaginar. Como 2008 é ano política, o governador já se diz vítima de conspiração e que não vai ficar quieto. Os Ajuru batem o pé e garantem que a terra lhes pertence.

O mais prosaico de tudo vem da seguinte resposta:

"A assessoria de Cassol negou qualquer dano à cultura dos indígenas e também a intenção de fazer um hotel. Ele só cria gados e "esfria a cabeça" no local, afirmou a assessoria".

Ou seja, transforma a floresta em pasto e para criar pasto tem que desmatar. Uma equação simples. Será que o governador comprou 8.000 hectares como quem compra banana na hora da xepa?

Um quintalzinho de 8.000 hectares, ora o que é isso? Será mais barato que um zero quilômetro em 60 prestações? Se algum estranho estiver de olho gordo no pedaço, aviso aos navegantes e andarilhos que não tem nada pra ninguém. Por que tanta xenofobia se a casa da mãe joana e coisa do Brasil?

Gringos, go home!!!

Nenhum comentário: