domingo, 15 de março de 2009

Maria Alcina, maravilha do Brasil



Imperdível!

Se vale a indicação vá a uma loja de disco ou compre pela internet o novo disco da Maria Alcina. É isso, falo daquela que fez o Maracanãzinho vir a baixo jogando pra galera “Fio Maravilha”, de Jorge Benjor.

Que bom falar bem de Maria Alcina, essa mineira de Cataguases, de voz forte e grave e de uma genialidade que poucas cantoras brasileiras são capazes de apresentar num repertório sem apelos e apelações. Pena que as gravadoras não perceberam essa pedra preciosa que nem precisava ser lapidada.

Inovadora, de vanguarda e ousada são algumas das identidades que podemos atribuir à ela que não precisa estar nas paradas de sucesso para colocar na vitrine seu novo disco, o CD “Confete e Serpentina”, álbum com onze faixas que acaba de chegar às lojas.

A explosão provocada em 1972 pela irreverente Maria Alcina ao arrebatar o primeiro lugar do Festival Internacional da Canção, no Rio de Janeiro, foi como um cometa riscando os seus do Brasil cheio de estrelas de generais. A carreira da artista foi interrompida pela ditadura militar ao ser processada por “comportamento subversivo” e afastada das televisões, rádios e estúdios.

E taí, vivinha da silva. Mais vanguarda do que nunca neste Brasil repetitivo e monótono em que vivemos. E Maria Alcina vem em boa companhia com esse trabalho produzido por Mauricio Bussab do grupo eletrônico Bojo, com o qual ela já tivera um grande encontro em 2003, que resultou no CD “Agora”. Ela tem uma trupe de fãs incondicionais como a banda Numismata, uma das fundadoras do estilo indie-samba, Felipe Julian da banda eletrônica Axial, Tatá Aeroplano e Ronei Jorge...entre outros.

É bom saber que “Confete e serpentina” não é um disco com marchinhas de carnaval, apenas a perfeita tradução de uma artista que sobreviveu aos massacres da censura, do tédio e da pobreza da música popular brasileira e seus falsos brilhantes, e que abre alas para o que ela é como artista: os brasileiros puro sangue, de pura alegria e sem caras e bocas impostas pela mídia interessada apenas em audiência para produtos de origem duvidosa, inclusive na música.

3 comentários:

Suely Nascimento disse...

Madrugada de segunda. Um silêncio ... Entro no Imarginálico ... É sempre tão gostoso ler os teus escritos ... Beijo.

Anônimo disse...

Delíííííííííííícia ter texto novo por aqui... E logo sobre a Maria Alcina, sempre motivo de admiração. Saudade, beijo grande.

Juan Trasmonte disse...

Belo resgate, Ronald!
Que bom que você voltou, estamos ligados
abs.